Hoje, 24 de fevereiro, completam 89 anos que as mulheres brasileiras conquistaram o direito de participar da vida política do país. Antes de 1932, as mulheres não podiam votar nem ser votadas.
Muitas foram as precursoras da luta que garantiu esse direito.
Antes mesmo de 1932, documentos históricos apontam que a professora Celina Guimarães foi a primeira eleitora brasileira. Celina requereu sua inclusão no rol de eleitores do município de Mossoró (RN), onde nasceu, em 1927, após a entrada em vigor da Lei Estadual nº 660, de 25 de outubro daquele ano, que tornava o Rio Grande do Norte o primeiro estado a estabelecer a não distinção de sexo para o exercício do voto.
A inscrição eleitoral de Celina repercutiu mundialmente, por se tratar não só da primeira eleitora do Brasil como também da América Latina.
Já a primeira prefeita do país foi Alzira Soriano, eleita para comandar a cidade de Lajes (RN), com 60% dos votos. Tomou posse no cargo em 1º de janeiro de 1929. Em sua administração, promoveu a construção de estradas, mercados públicos municipais e a melhoria da iluminação pública. Com a Revolução de 1930, perdeu o mandato por não concordar com o governo de Getúlio Vargas.
A responsável pela indicação de Alzira como candidata à Prefeitura de Lajes foi a advogada feminista Bertha Lutz, que representou o movimento feminista na Comissão Elaboradora do Anteprojeto da Constituição de 1934. Candidata, em 1933, a uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte de 1934, obteve a primeira suplência no pleito seguinte e assumiu o mandato de deputada na Câmara Federal em julho de 1936, em decorrência da morte do titular.
Bertha Lutz teve sua atuação como parlamentar marcada pela proposta de mudança na legislação referente ao trabalho da mulher e do menor.
Ainda hoje, apesar dos avanços, as mulheres ocupam espaços reduzidos de poder. Apesar de serem 51,8% da população e mais de 52% do eleitorado brasileiro, as mulheres são ínfima minoria. Ocupam apenas 11,8% das prefeituras. São mulheres as prefeitas de 658 município no país que tem 5.570 cidades.
Nas Câmaras Municipais elas são apenas 16% do total de vereadores eleitos, 9 mil vereadoras frente a 47,3 mil vereadores.
A luta por maior representação feminina nos espaços de poder é um dos pontos em debate na 3ª Conferência Nacional do PCdoB sobre a Emancipação das Mulheres.