A luta emancipacionista possibilitou em algumas partes do mundo, conhecer de forma mais profunda o socialismo e o heroísmo das pessoas que fizeram revolução para instalá-los em seus países. Os avanços memoráveis que a luta por transformações sociais e revolucionárias das dirigentes soviéticas trouxeram para a emancipação das mulheres e para o avanço do socialismo, foram uma injeção de ânimo a todos que lutam por emancipação no planeta. 

Por Márcia Campos*

O socialismo na URSS contribuiu de maneira inequívoca e inquestionável para o avanço das conquistas femininas na URSS e no mundo. Os proprietários dos meios de produção, os monopólios e seus aliados, resistem até hoje pagando para as mulheres salário inferior ao dos homens; no Brasil elas recebem 30% menos para o mesmo trabalho realizado. 

Eles resistem em qualificar e profissionalizar a mulher trabalhadora. Não cumprem as leis de proteção ao trabalho feminino e à maternidade, não querem que a fábrica ou o Estado, através dos impostos recolhidos, invistam em creches, pré-escolas, assistência à maternidade e aos filhos. Cultiva-se a ideia de que a maternidade atrapalha. Nega-se a importância da maternidade procurando convencer as próprias mulheres de que é melhor evitá-la. Ou suprimi-la antes que seja tarde. A maternidade não pode ser considerada um empecilho ou impedimento para a libertação da mulher e sua plena emancipação. Não podemos admitir que para a mulher ser respeitada, ser independente, ser trabalhadora, ter atuação política, parlamentar, no executivo e nas esferas de poder, ela precise abrir mão de qualquer coisa que seja e, em especial, da maternidade. 

Não podemos permitir tamanha discriminação e violência, que denigre o seu papel social e a desrespeita como ser humano diferente do homem. Na verdade, reforçam a mensagem que filhos são responsabilidade apenas das mulheres; das mães ou de quem as criam. Todos esses absurdos somados, elevam a um grau desumano a exploração da mão de obra feminina e sua humilhação enquanto cidadã, em uma contínua e permanente desvalorização social das mulheres. A união e luta das mulheres é decisiva para mudar essa situação.

O fascismo atua incansavelmente para que trabalho, estudo, família, filhos e emancipação, sejam na prática, objetivos antagônicos para a mulher no capitalismo. O presente e o futuro das mulheres – para o capitalismo – é o trabalho doméstico ou a sub escravidão nas fábricas. Mas, ao se sentirem obrigadas a se submeterem, muitas mulheres consideram que seu problema central é a falta de solidariedade e machismo do marido, da família, da sociedade e do reconhecimento destes aos seus direitos e valores. Estes são problemas que, é claro, existem e não são poucos nem pequenos, mas que nublam a consciência da mulher e a coloca em contradição com quem pode ser seu melhor e mais forte aliado na luta pela valorização do trabalho e pelo fim da exploração do homem pelo homem, na conquista do socialismo – a classe trabalhadora.

Contra isso atua a classe dominante, que busca neutralizar este interesse do homem trabalhador com sua ideologia de manter a mulher a serviço dos homens em geral, para, na verdade, manter a mulher do trabalhador como propriedade dele e do patrão, sua serviçal mais barata que agora, como o trabalhador, passa a ser propriedade do patrão, pois o trabalho doméstico, que barateia o valor da força de trabalho e embrutece as mulheres, é apropriado pelo capitalista. 

Durante a pandemia do coronavírus no mundo todo, sendo o Brasil, presidido por um genocida fascista e negacionista, o segundo país mais atingido, com cerca de 255000 mortos e 10.300.000 milhões de infectados, ficou muito mais visível a discriminação e o preconceito com que sobrevivem as mulheres brasileiras. 45% dessas mulheres são mães chefes de família, criam seus filhos sozinhas. 

Até dezembro de 2020 conquistamos, com a luta dos parlamentares progressistas – dentre eles a grande e aguerrida bancada do PCdoB -, que as mulheres que criam seus filhos sozinhas, ganhassem R$ 1200 de auxílio emergencial, o dobro dos homens.

As pequenas, micro e médias empresas, sem o auxílio do Estado, estão fechando suas portas e 10 milhões de trabalhadores e trabalhadoras perderão seus empregos, somando-se aos 32 milhões de desempregados e desalentados que já existem em nosso país.

Mais de dois séculos de capitalismo e, na sua fase mais degenerada – o imperialismo, está claro que para a burguesia monopolista o melhor seria a mulher ficar em casa, servindo para a reprodução e barateamento da força de trabalho, sobrevivendo junto com os filhos a um salário de fome. As trabalhadoras e os trabalhadores no Brasil de hoje, com fome e na miséria, lutam por um auxílio emergencial mínimo. Lênin disse a 100 anos atrás, em uma conversa com Clara Zetkin sobre a participação das mulheres no partido, nas entidades sindicais, na produção: “As mulheres trabalhadoras, não podem seguir sujeitas à escravidão doméstica, sufocadas pelo trabalho mesquinho, braçal, pesado, embrutecedor, na cozinha e em geral, pelo isolamento da economia doméstica, como se fossem cidadãs de segunda categoria”. 

A luta das trabalhadoras e de todas as brasileiras nesse momento é: a Vacina Já!, para salvar a vida dos brasileiros, o auxílio emergencial de R$ 600 e R$ 1200, para as mães sozinhas, a defesa da vida e da democracia. Constituir com todos os segmentos democráticos da sociedade, uma grande Frente Ampla que nos faça mais fortes para defender a vida, o trabalho e a democracia.

Vacina já!

Auxílio Emergencial já!

Em defesa da vida e da democracia!

Pela Frente Ampla! Viva as mulheres do PCdoB.

Viva os 100 anos do PCdoB!

Fora Bolsonaro!

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Márcia Campos* é secretária-adjunta da secretaria nacional da Mulher e integrante do Comitê Central do PCdoB.

(BL)

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