A Secretaria Nacional da Mulher do PCdoB expressa sua profunda solidariedade à ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Assusete Magalhães, vítima do machismo de seu colega de toga, Francisco Falcão.

Durante uma sessão virtual no Superior Tribunal de Justiça (STJ), na quarta-feira (10/11), foi possível ouvir o áudio de Francisco Falcão que atendeu o telefone e soltou: “Ninguém aguenta mais essa velha”. A ministra parou de ler seu voto por um momento antes de continuar e os demais colegas não esboçaram reação. Isso não pode ser naturalizado.

O comentário demonstra que as mulheres são vítimas do machismo e da misoginia em todas as áreas. Mesmo aquelas que ocupam os mais altos postos se deparam com esse horror.

Para os machistas, não basta as mulheres exercerem bem o seu trabalho, serem inteligentes e comprometidas. Elas precisam ser jovens para sempre, serem bonitas segundo o padrão que eles próprios estabeleceram. Para efeito de comparação, o ministro tem 69 anos e a ministra 72. Provavelmente, ele nunca ouviu uma frase como essa, porque para os machistas só as mulheres envelhecem, os homens ganham experiência.

Infelizmente, este não é um fato isolado. Ele compõe o quadro de discriminação das mulheres em todas as esferas, do mercado de trabalho aos espaços de poder e de participação política. No Judiciário, as mulheres ocuparam apenas 13,3% das vagas abertas nos Tribunais Superiores na última década e representam apenas um quarto das vagas nos Tribunais de segunda instância, conforme dados do Conselho Nacional de Justiça.

A Secretaria Nacional da Mulher do PCdoB, além de prestar solidariedade à ministra, repudia de forma veemente a postura do ministro Francisco Falcão. No Brasil, fruto de muita luta, o racismo e a homofobia são considerados crimes. Quando o machismo e a misoginia serão tratados da mesma forma? Não é possível que frases desrespeitosas vindas de autoridades e homens públicos fiquem impunes.

Além disso, nós, mulheres do PCdoB entendemos que a melhor forma de combater o machismo é criar condições para que a presença das mulheres nos espaços públicos se amplie consideravelmente. Quando tivermos 50% de mulheres numa sessão do STJ, provavelmente a frase do ministro não será repetida.

Todo nosso apoio e solidariedade à ministra Assusete Magalhães!

Secretaria Nacional da Mulher do PCdoB

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