Em entrevista a jornalistas durante voo papal, pouco antes de retornar do Bahrein ao Vaticano neste domingo (6), o Papa Francisco fez um comentário feminista ao afirmar que “o machismo mata a humanidade”.

A declaração foi dada pelo pontífice após questionamento sobre protestos pelos direitos das mulheres no Irã. O Papa não comentou especificamente a crise no país, mas disse, de maneira geral, que uma “sociedade incapaz de colocar a mulher em seu lugar não consegue avançar”.

“(…) a igualdade entre homens e mulheres ainda não existe universalmente, e existem esses episódios: que as mulheres são de segunda classe ou menos. Devemos continuar a lutar, porque as mulheres são um dom. Deus não criou o homem e depois lhe deu um cachorrinho para se divertir. Não. Criou os dois, iguais, homem e mulher.” disse. Em seguida ele afirmou que “uma sociedade que não é capaz de colocar a mulher no seu lugar não vai adiante.”

O Papa continuou dizendo que para resolver um problema, a mulher tem o próprio caminho e que não é o do homem. “Ambos os caminhos devem trabalhar juntos: a mulher igual ao homem trabalha pelo bem comum com aquela intuição que as mulheres têm.”

O Santo Padre também refletiu sobre a contribuição das mulheres que trabalham no Vaticano ao afirmar que “toda vez que uma mulher entra para fazer um trabalho no Vaticano, as coisas melhoram” e citou as mulheres nomeadas por ele recentemente. “A vice-governadora do Vaticano é uma mulher, a vice-governadora é uma mulher e as coisas mudaram bem. No Conselho para a Economia, havia seis cardeais e seis leigos, todos homens. Mudei os leigos e coloquei um homem e cinco mulheres. E esta é uma revolução porque as mulheres sabem encontrar o caminho certo, sabem ir adiante. E agora coloquei Marianna Mazzuccato, na Pontifícia Academia para a Vida. Ela é uma grande economista dos Estados Unidos, [a coloquei] para dar um pouco de humanidade a isto. As mulheres trazem a sua contribuição. Não devem se tornar como os homens. Não. São mulheres e nós precisamos delas.”, enfatizou.

“Uma sociedade que cancela as mulheres da vida pública é uma sociedade que empobrece. Igualdade de direitos, sim. Mas também uma igualdade de oportunidades. Igualdade de (possibilidades) para ir avante, porque, do contrário, se empobrece. Creio que com isto disse aquilo que globalmente é preciso fazer.”, acrescentou.

Na sequência, o líder católico reconheceu que provém de um “povo machista”, o argentino, e que “ainda falta caminhar”. “Isso é ruim, mas depois apelamos às mães, que são aquelas que resolvem o problema. Mas esse machismo mata a humanidade. Lutemos não só pelos direitos, mas porque é preciso ter mulheres na sociedade que nos ajudem a mudar.”, finalizou.

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Com informações do Vatican News

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