A comunista e ex-ministra do Trabalho do Chile, Jeannette Jara, venceu neste domingo (29) as primárias da coalizão governista chilena, para disputar as eleições gerais em 16 de novembro. Jara recebeu 60,2% dos votos, superando com folga os demais concorrentes.
Em segundo lugar ficou Carolina Tohá, do Partido Social-Democrata, com 28,3% dos votos, seguida de Gonzalo Winter, da Frente Ampla do atual presidente Gabriel Boric, que obteve 9% dos votos e Jaime Mulet, da Federação Social Regionalista Verdade, com apenas 2,9%.
“Hoje começa um novo caminho que trilharemos juntos, com a convicção de construir um Chile mais justo e democrático. Diante da ameaça da extrema direita, respondemos com unidade, diálogo e esperança”, escreveu Jara em sua conta na rede social X, logo após a confirmação dos resultados.
Do total de 15,5 milhões de pessoas convidadas a votar, pouco mais de um milhão de votantes compareceu nas primárias, que contaram com a participação apenas dos partidos que compõem o governo.
Jara vai enfrentar uma forte polarização nas eleições. Os principais nomes da direita são: Evelyn Matthei, da coalização União Democata Independente; José Antonio Kast, do Partido Republicano de ultradireita , que foi para o segundo turno com Boric no pleito passado e ficou em segundo lugar com 44% dos votos; e Johannes Kaiser do Partido Libertário, direita mais moderada.
Perfil
A comunista de 51 anos é administradora pública e advogada. Foi ministra do Trabalho e subsecretária de Previdência Social do governo de Boric. É a primeira vez que o Partido Comunista vence uma indicação unificada da esquerda, desde a reabertura democrática no Chile em 1990.
A vitória de Jara, um nome em ascensão no Partido Comunista chileno, está sendo considerada uma derrota das forças progressistas mais moderadas, lideradas pela candidata do Partido Social-Democrata. Em 2021, Gabãoriel Boric conseguiu derrotar nas primárias o candidato comunista Daniel Jadue,
“Estou aqui na frente de vocês com o meu coração de mulher chilena, com muito amor e humildade. Quando a realidade que nos rodeia não nos faz bem, temos o dever de mudar essa realidade”, disse em discurso na noite deste domingo.
Com informações da Folha de São Paulo