A 3ª Conferência Nacional do PCdoB sobre a Emancipação das Mulheres continuou no sábado às 9h, dia 20, e ao final da tarde, quase 200 participantes tinham usado a palavra na plenária e nos seis grupos que discutiram diversos aspectos do documento orientador do debate. São questões que afetam diariamente a vida das mulheres e que nem todas/os têm consciência disso.
A primeira mesa, conduzida por Neide Freitas, secretaria de planejamento do Comitê Central, iniciou os trabalhos de apresentação do documento da 3ª Conferência. As violências contra as mulheres, o enfrentamento ao racismo, a responsabilidade que uma grande parcela tem pelo sustento da família, a importância da vacina e a necessidade do auxílio emergencial foram temas que dominaram os debates, além da importância de derrotar o governo Bolsonaro para que o país possa resolver a pandemia e garantir a própria vida da população.
A presidente da União Brasileira de Mulheres, Vanja Santos, apresentou o regimento da Conferência e Bárbara Ravenna mediou as intervenções.
Vanessa Grazziotin, secretária nacional da Mulher do PCdoB, apresentou as propostas das comissões de composição da mesa e comissões de redação e eleitoral. Mulheres que atuam com prioridade na luta antirracista e indígena foram incorporadas às comissões.
O secretário nacional de organização, Fabio Tokarski, apresentou a proposta do Novo Fórum de Emancipação das Mulheres, de caráter consultivo e de formulação de políticas. A lista com 52 nomes foi à consulta e será votado na tarde de domingo. A proposta de composição contempla homens e mulheres, militantes de diversos estados e segmentos. Entre elas e eles, dirigentes partidários, presidentes de entidades, militantes na academia, representantes de trabalhadores e sindicalistas. O PCdoB adota a cota de gênero também para homens, em todas as suas instâncias e fóruns. No mínimo 30% de cada gênero deve haver em cada um deles.
Gabriel Alves e Glaucia Morelli coordenaram a mesa seguinte e apresentaram um balanço sobre as discussões, mobilizações e debates nos estados. Intervenções especiais apresentaram o documento que serviu de base para o debate nos estados.
Vanessa Grazziotin pontuou que “as nossas teses procuram não só desenvolver as questões teóricas do feminismo, mas, também, avançar nas formas e na busca de caminhos para que possamos aprimorar a nossa atuação nas organizações e nos movimentos de massa. Para que possamos nos aproximar, cada vez mais, da população de homens e, principalmente, das mulheres que são mais da metade da população e as que mais sofrem com a pandemia. O nosso objetivo é organizar a população, conscientizar, preparar e trazê-la para a luta de resistência, em defesa da construção de um projeto nacional de desenvolvimento”.
Em seguida, Marcia Campos, secretaria adjunta de Mulheres do PCdoB homenageou as vítimas de Covid-19 e falou sobre a difícil realidade da população brasileira diante da pandemia. Ela ainda lembrou a importância da bancada de esquerda para aprovar itens importantes como o auxílio emergencial: “Nós conseguimos no ano passado, para todos os brasileiros que estavam desamparados (68 milhões), um auxílio emergencial de R$ 600 enquanto o Governo propunha R$ 200. Nossos combativos parlamentares democratas, com a nossa grande bancada do PCdoB, conseguimos conquistar também o auxílio emergencial R$ 1.200 para mulheres chefes de família.”
Os seis grupos reunidos à tarde receberam um roteiro para orientar o debate e tiveram um coordenador e um relator que, após o final dos trabalhos compartilhou com todos a produção de seu grupo.
Os grupos debateram os seguintes temas:
Grupo 1– O que mudou na vida das mulheres com a pandemia?
Coordenação: Edna Costa (PE), membro do Comitê Central
Relatoria: Flora Lassance (BA), dirigente da Federação de Trabalhadores Metalúrgicos e Mineiros da Bahia
Grupo 2– Quais impactos a viragem política conservadora tem trazido para a vida das brasileiras?
Coordenação: Rosa Melo (RN)
Relatoria: Nagyla Drumond (CE), membro do Comitê Central
Grupo 3 – Num cenário de esvaziamento do Estado e das políticas sociais com a crise do neoliberalismo, como garantir políticas públicas que amenizem a dupla jornada e trabalho reprodutivo das mulheres?
Coordenação: Liège Rocha, membro do Comitê Central
Relatoria: Naluy Macedo (AC)
Grupo 4– Quais as bandeiras de luta ou projetos, as entidades emancipacionistas devem desenvolver para atender às necessidades cotidianas das mulheres?
Coordenação: Daiana Santos, vereadora de Porto Alegre
Relatoria: Helen Perrella (MG)
Grupo 5 – Em que medida o racismo aprofunda as desigualdades?
Coordenação: Márcia Quintanilha (Vice-presidente Sudeste da Federação Nacional dos Jornalistas)
Relatoria: Natália Trindade (RJ)
Grupo 6 – Quais adequações o PCdoB deve promover na sua política de Quadros para as mulheres?
Coordenação: Luiza Coelho (MA)
Relatoria: Mariara Cruz (SP)
Os dirigentes partidários Jô Moraes, Julieta Palmeira, Ana Rocha e Walter Sorrentino também apresentaram o documento base da Conferência, assim como as frentes de massa também fizeram intervenções especiais.
Falaremos delas em nossa próxima matéria.