A vice-presidente nacional do PCdoB, ex-deputada federal Manuela D’Ávila (RS), usou as redes sociais nesta segunda-feira (1º) para denunciar novas ameaças que sofreu na internet.
Manuela, que foi candidata a vice-presidente na chapa com Fernando Haddad (PT), em 2018, e candidata à prefeitura de Porto Alegre, em 2020, mostra em publicação no Instagram as mensagens onde é atacada e recebe ameaças contra sua vida, sua filha e sua mãe.
O autor dos ataques e xingamentos também faz ameaças ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As novas ameaças contra Manuela e sua família foram repudiadas por políticos e parlamentares, que manifestaram sua solidariedade e pediram a punição do agressor.
“Querida Manu, eu sinto muito. Queria te abraçar agora com toda a força da minha solidariedade”, escreveu a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) em sua conta no Twitter. “Esses bandidos, canalhas precisam pagar por cada ameaça. Sentem-se impunes olhando o espelho que eles têm na cadeira de presidente da república. Mas não recuaremos, estamos contigo!”, completou.
A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) também se solidarizou. “Estamos com você, Manu”, escreveu.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, também condenou os ataques.
“A violência política de gênero precisa acabar. Toda solidariedade à amiga @ManuelaDavila e sua filha Laura, que enfrentam a pior face do ódio destilado contra aquelas que têm a coragem de mudar a política. Nenhuma mulher merece passar por isso! Fiquem fortes e contem comigo!”, postou no Twitter.
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) foi outro que se manifestou: “Minha solidariedade para minha querida companheira de partido, mulher, mãe @ManuelaDavila e sua filha Laura pelos ataques perversos e brutais. É inaceitável esse tipo de violência, essa hostilidade, essa barbaridade. Que seja feita justiça, chega de aceitar impunimente esse fato”.
O líder da oposição na Câmara, Wolney Queiroz (PDT-PE), manifestou solidariedade à ex-deputada. “Mais uma vez, Manuela e sua família sofreram ameaças pelas redes sociais. Somos do país da democracia, dos direitos e principalmente do repúdio ao ódio. Vamos lutar como Manu, porque é essa força que vai ajudar a acabar com esse projeto violento que paira sobre o nosso país”, disse.
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) disse que é preciso dar uma basta na violência. “Minha solidariedade a Manuela, que mais uma vez é vítima de ameaças horrendas envolvendo, inclusive, a sua filha. Os ataques são repugnantes e inadmissíveis. Que a autoria seja investigada e os responsáveis punidos. Chega de violência política de gênero! Força, Manuela!”, afirmou.
“Está na hora de punir com rigor e coibir os sociopatas que tentam afugentar as mulheres da política por meio do terror. Defender a democracia também é defender o bem-estar emocional e a integridade física de Duda, Manu e de tantas bravas companheiras que, por sua bravura, se tornam alvo dos misóginos”, considerou o líder da minoria no Senado, Jean Paul (PT-RN).
“Quem ataca nossas companheiras, ataca a democracia. Não vão calar nem intimidar as mulheres. Essas pessoas precisam ser paradas já, com a união de todos que se consideram democratas”, completou o líder.
PCdoB
O Partido Comunista do Brasil, através de suas direções nacional e estadual do Rio Grande do Sul, emitiu duas notas em solidariedade à vice-presidenta nacional da legenda.
A direção nacional destaca que “receber de forma reiterada ameaças contra si, mas também contra sua filha e sua mãe é algo abominável. Todas as pessoas, independentemente da sua posição política e ideológica, deveriam manifestar sua indignação, e as instituições do Estado deveriam atuar para coibir essa forma vil de violência”.
O PCdoB-RS salienta: “Denunciamos constantemente a misoginia e violência às mulheres públicas no Brasil, como as dirigidas reiteradamente contra Manuela. Exigimos que as autoridades tomem as providências para garantir que cessem as ameaças e que os criminosos sejam punidos”.
Violência política de gênero
Na rede social, a ex-deputada condenou os xingamentos. “Ser uma mulher pública no Brasil é ser ameaçada permanentemente. É escolher um lugar para o medo, outro para a coragem, outro lugar para o fingir ignorar”, escreveu. “É conviver com a ameaça de estupro como correção. (…) Essa é mais uma das ameaças que eu, minha filha e também minha mãe sofremos.”
O histórico de violência política contra Manuela D´Ávila não data deste processo eleitoral. Em 2020, quando concorreu à prefeitura de Porto Alegre, a então candidata precisou recorrer à polícia para investigar ameaças à filha, que na época tinha 5 anos.
Por Walter Félix