O balanço da atuação da Secretaria Nacional da Mulher do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) do último período e o apontamento de suas perspectivas de ação para o próximo ano foram apresentadas a partir de uma reunião que aconteceu no último dia 16 de dezembro de 2021, informou ao Portal PCdoB, a secretária nacional da Mulher, ex-senadora Vanessa Grazziotin.
A titular da pasta abalizou que a secretaria vem realizando “um importante conjunto de atividades junto as mulheres, cujos objetivos são, entre outros, a formação política, o incentivo à ocupação dos cargos de direção e a busca de filiação de mais mulheres”.
Em relação a conjuntura, a dirigente destacou, no entanto, que “é preciso ter clareza de que neste momento temos uma prioridade: a defesa da vida, da vacinação, a defesa do direito de ter uma assistência digna à saúde. Portanto, nossa luta é pelo fora Bolsonaro”.
Vanessa ressalta que “a luta não é apenas pela emancipação das mulheres, mas pela emancipação da própria sociedade, uma sociedade patriarcal que vive da exploração e da opressão da maioria da população, principalmente de mulheres e de negros”, disse a dirigente.
Da mesma forma, a presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos avalia que além das lutas históricas das mulheres, estamos vivendo momento decisivo na história do país, que gera ampliação nas demandas das lutas. “É um tempo adverso, obscuro e autoritário. E é quando as mulheres se agigantam e lutam pela democracia!”, destacou Luciana.
Além da luta cotidiana para barrar o retrocesso e o desmonte dos direitos sociais diante da adversidade de um governo de extrema-direita, a secretaria foca nas conquistas das pautas femininas e no desenvolvimento de ações que valorizem essas vitórias e que avancem na pauta de inserção das mulheres e suas representatividades na política partidária. Diante disso, os principais pontos de balanço destacados pela secretaria foram as eleições de 2020, a realização da 3ª Conferência Nacional do PCdoB sobre a Emancipação das Mulheres (CNEM) e a atuação pela reforma política.
Eleições
O acompanhamento e o apoio político e financeiro para as candidaturas femininas ajudaram a eleger 8 prefeitas, 10 vice-prefeitas e 141 vereadoras, sendo estas 6 em capitais: Porto Alegre (2), São Luiz (2), Recife (1) e Natal (1). “Cumprindo os critérios de distribuição definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral”.
Conferência
Além da realização, no início de 2021, da 3ª Conferência Nacional do PCdoB sobre a Emancipação das Mulheres (CNEM), precedida de encontros em todos os estados brasileiros. A conferência ocorreu nos dias 19 a 21 de março de 2021, realizado em formato virtual, devido ao agravamento da pandemia da Covid-19. “Realizamos todas as etapas, inclusive as municipais, quase que exclusivamente de forma on-line, pela internet, e avaliamos que, mesmo diante de tantas limitações, obtivemos um grande êxito, contribuindo assim para a mobilização e organização partidárias”.
Segundo o balanço divulgado pela secretaria, a “3ª CNEM contou com 654 delegadas e delegados, que aprovaram as Teses Políticas e o novo Fórum Nacional Permanente do PCdoB sobre a Emancipação das Mulheres (FNPEM) – ratificados posteriormente pelo Comitê Central.
“Foi, portanto, uma conferência extremamente vitoriosa, tanto na forma, como no conteúdo e na mobilização”.
Participação feminina na política
O terceiro item apontado pela secretaria como destacada atuação foi o “acompanhado, juntamente com a bancada federal do partido, a bancada feminina na Câmara e o movimento feminista de forma geral, os debates e encaminhamentos sobre a reforma política sob a perspectiva de gênero. “Temos expectativa de que possamos avançar nas medidas legais de incentivo à participação de mais mulheres na política, para além do que já conquistamos”, salienta o balanço da secretaria.
Formação, promoção e difusão
No âmbito das realizações, a secretaria da Mulher do PCdoB destaca ainda os programas de formação política, de promoção e difusão da participação política das mulheres.
No segundo semestre de 2021, a secretaria realizou dois importantes cursos de formação:
O curso – Mais Democracia, Mais Mulheres na Política contou com a participação de 700 inscritos, entre homens e mulheres. Foram realizadas quatro aulas, todas às terças-feiras, de 4 à 31 de agosto de 2021. O segundo curso – Feminismo Marxista ocorreu logo após a realização do 15° Congresso do Partido, no dia 27 de novembro, durante todo o dia. Ao longo do ano, a secretaria tem apoiado a realização também de cursos estaduais. Em 2021 foram realizadas atividades de formação nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais. A meta para o próximo período é realizar ações em todas as unidades federativas.
Comunicação
No que tange a difusão, em 2021, a secretaria “iniciou um investimento de propaganda partidária para as mulheres, na internet” como a criação de um site exclusivo e páginas nas redes sociais com ações cotidianas.
O site da secretaria nacional da Mulher foi lançado no início deste ano e comportou uma série de materiais da secretaria, sobre a Conferência e notícias de interesse e atuação da secretaria, do movimento femininas e de suas lideranças femininas.
Na ocasião da Conferência, uma tribuna de debates foi organizada para receber textos e emendas que ajudou na construção no documento final da Conferência.
O chamado Cadernos de Gênero é um conjunto de publicações, coletânea de artigos sobre o feminismo, o primeiro caderno foi lançado em agosto de 2021 com a publicação das resoluções da 3º CNEM/PCdoB e o segundo será lançado ainda no primeiro semestre de 2022 e contará com diversos artigos sobre o tema.
A secretaria da Mulher informa ainda que “como reforço às atividades de formação e difusão de mais mulheres na política iniciamos a realização de inúmeras lives, abordando temas ligados ao feminismo, ao 15º Congresso e o Centenário do Partido. Ainda nas redes está sendo elaborado cards, entrevistas, tbts, históricos feministas, destinado a difundir a campanha de mais mulheres na política. A proposta visa aumentar a inserção das feministas nas redes sociais e reforçar o projeto eleitoral de 2022 e ainda apoiar lideranças mulheres que deverão participar do grande desafio partidário que serão as eleições de 2022”.
Construindo 2022
A secretaria pretende dar sequência aos trabalhos e projetos, principalmente de formação e difusão, exitosos do último período, como os cursos de formação, as ações nas redes sociais, o acompanhamento do processo de unificação das entidades feministas.
O grande desafio é a batalha eleitoral de 2022. Para isso, a secretaria elencou ações que possam aprimorar e exercer papel mais ativo nas candidaturas femininas no próximo ano. Para isso, organizar e planejar o calendário para 2022 é tarefa que a secretaria está priorizando. “Todas as atividades devem ter o foco na prioridade relativa às nossas metas eleitorais”.
Uma dessas ações é aperfeiçoar o diálogo com os comitês estaduais e municipais para garantir as condições de participação das mulheres nas instâncias partidárias e da política. Na mesma linha, realizar um trabalho de preparação e incentive às mulheres a se organizarem junto às massas, enraizando o movimento feminista popular. Para a secretária, é necessário “voltar todos os nossos esforços para a grande batalha que serão as eleições gerais de 2 outubro”.