Em artigo na Folha de São Paulo, as ministras Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Anielle Franco (Igualdade Racial), Margareth Menezes (Cultura) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) destacaram o julho das pretas, ocasião em que organizações e movimentos de mulheres negras promovem agendas conjuntas de fortalecimento de ação política coletiva e autônoma.
Com o título “O Brasil se movimenta a partir das mulheres negras”, as ministras destacam: “pela primeira vez celebramos o julho das pretas num Brasil com quatro ministras de Estado negras — e não vamos simular normalidade. É histórico, uma ventania de força e esperança redemocratizada com o governo Lula, uma oportunidade concreta de ressignificar a agenda de direitos, especialmente das pessoas negras, que representam 57% da população brasileira. Não é prêmio, é conquista.”
No ensejo, destacam a comemoração do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, nesta terça-feira (25), com foco na potência feminina, na denúncia de desigualdades de raça e gênero e na promoção de políticas de combate a estas injustiças.
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Pelo trabalho do governo federal, lembram no artigo que estão sendo fomentados os insumos necessários para reparar malfeitos sem deixar de olhar para o futuro. Além disso, é destacado que cada mulher que olha para frente constrói coletivamente dentro de seu espaço de luta: combatendo o racismo e promovendo a igualdade racial.
“As mulheres negras têm a transversalidade como método de diálogo, ação conjunta e entregas concretas. A forma como as políticas públicas são construídas é tão relevante quanto a política em si, e temos essa perspectiva como fundamento. As pastas sob nosso comando atuam em sinergia temática —nós trabalhamos em permanente conexão umas com as outras, entre as 10 ministras nesta gestão, e em consonância com todas as 37 pastas.”
Ao falarem das barreiras encontradas pelas mulheres negras nas suas trajetórias pessoais, apontam que o fato não é exclusividade de mulheres ou de pessoas negras, porém destacam que a perversidade do racismo que o julho das pretas revela mora, justamente, nas dificuldades impostas para promover potencialidades e reconhecer talentos.
“[…] ciência e tecnologia, inovação, cultura, meio ambiente, economia, saúde, educação, arquitetura urbana, negócios, esportes, comunicação, transporte e criatividade também nos dizem respeito […]”
Por fim, pedem para que as mulheres negras brasileiras, latinas e caribenhas tenham atenção e apoio em suas pautas, incluindo todas as instâncias do poder público.
“Queremos igualdade de gênero e raça em todos os empreendimentos, empresas, organizações, instituições. Queremos atenção e reconhecimento do país que, nos últimos 500 anos, parimos, amamentamos, ensinamos, cuidamos e trabalhamos para sustentar. Queremos, hoje e no futuro, a Justiça que tantas vezes nos foi e ainda nos é negada.”
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*Informações Folhas de São Paulo. Edição Vermelho, Murilo da Silva.