Em entrevista concedida pelas redes sociais, a professora que é graduada em Nutrição e docente da Universidade Federal do Mato Grosso defendeu políticas públicas para que todos possam ter comida no prato e educação de qualidade.

Cuiabana, a professora contou que grande parte da sua família mora no Mato Grosso. Filha de tapeceiro e costureira aposentada, Patrícia é casada também com um professor da Universidade Federal e juntos tem um filho.

Patrícia iniciou sua militância política na Pastoral da Juventude e na universidade dirigiu o Centro Acadêmico (C.A) de Nutrição. Nesta atuação no movimento estudantil conheceu o movimento de juventude socialista, a União da Juventude Socialista (UJS) e que depois foi diretora do DCE-UFMT. Ela foi ainda presidente da UEE e da direção da UNE, quando coordenou o projeto Rondon na gestão de Gustavo Petta, disse. Patrícia descreveu que é filha da instituição, já que se graduou, fez mestrado e agora é professora da universidade. A professora disse ainda que é coordenadora do curso de Nutrição (licenciada).

Em Cuiabá, a professora foi também a primeira secretária Municipal de Juventude da Prefeitura. E que hoje tem atuado no movimento sindical como diretora da CTB no estado e representa a central no Conselho Estadual de Educação.

A candidata foi questionada sobre uma imagem no estado que gerou uma comoção nacional que foi quando famílias se empurravam em filas para receber osso doado de açougue para comerem. A candidata que é nutricionista disse que esse é um debate fundamental para a vida do cidadão e ainda mais neste período eleitoral. “Nosso slogan é educação e comida no prato. Sabendo da importância que a Educação tem na vida das pessoas, pois ela é transformadora de uma realidade social”.

Segundo a candidata, a Educação muda a vida das pessoas, às perspectivas, com melhores condições de vida, de trabalho. “É fundamental também, mas para isso, a gente precisa de comida no prato, mas infelizmente Cuiabá, Mato Grosso está conhecida nacionalmente pela fila do ossinho e que o nosso governador tem declaração dizendo que são ossos de qualidade”, lamenta.

“Esse debate é crucial para a vida do cidadão. A gente voltou para o mapa da fome, 33 milhões de brasileiros passam fome no país e isso a gente já tinha constituído como meta para acabar com a fome nos governos anteriores de Lula e Dilma, através do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Com políticas públicas que as pessoas pudessem se alimentar, e além disso, a gente luta por uma alimentação adequada e saudável. E é essa a luta de nós nutricionistas”.

Políticas públicas

Segundo a professora, esse debate sobre a necessidade de implementação de políticas públicas para uma alimentação saudável vem de muitos anos sendo debatida e só será possível se houver melhor distribuição de renda e que as pessoas sejam incluídas para que tenha acesso a alimentação de qualidade. A pretensão é formar um “sistema alimentar ambientalmente e socialmente sustentável”, explicou.

“O governo precisa fazer com que a população tenha o direito à alimentação. E uma alimentação de qualidade”, sublinhou a professora. E para isso, disse Patrícia,” é preciso que a população tenha condições de emprego, moradia, habitação e tenha como se sustentar”.

Desequilíbrio social

A professora também comentou sobre a contradição de ter um estado como maior produtor de soja do Brasil e de pecuária e ao mesmo tempo a realidade da população é de fome. Para ela, é preciso enfrentar os principais desafios do desequilíbrio social fazendo com que a produção também seja realizada pela população, para que todos possam ter uma alimentação de qualidade e dentro dessa política sustentável.

“Nós temos uma grande produção agrícola no estado e convivemos com pessoas na fila do ossinho. Você tem total desigualdade social. Precisamos que o Estado invista também na agricultura familiar e agroecologia para que a gente consiga fazer com que mais pessoas produzem e que mais produtos cheguem à mesa. Além disso, a gente precisa da industrialização para agregar valor à essa produção econômica que é feita no estado, para gerar também renda, imposto, fazer com que tenha uma distribuição de renda. E que as pessoas tenham postos de trabalho. E para isso precisamos de investimento e que tenham leis que estabeleçam para agregar valor agrícola existente no Estado”.

Problemas ambientais

Na entrevista, a professora Patrícia defendeu a Amazônia Legal e comentou sobre o cenário de destruição ambiental na região. Para ela, é importante que o Mato Grosso continue dentro desse conglomerado e defendeu a aprovação do projeto de lei Amazônia de Pé.

Segundo ela, o movimento social hoje está arrecadando inúmeras assinaturas para que esse projeto seja aprovado. A gente precisa que haja demarcação de terras indígenas, quilombolas e pequenos produtores extrativistas para que diminua o desmatamento, a extração ilegal de madeira. A Amazônia precisa ficar de pé e a gente precisa que tenha todo cuidado com esse planeta.

A Amazônia é muito importante para o estado do Mato Grosso, defendeu a professora. “É importante a sua preservação para que tenhamos investimentos em ciência e tecnologia para resolver os problemas das mudanças climáticas e as universidades públicas ajudam fundamentalmente neste processo”, ponderou.

Segundo a candidata, o governo brasileiro tinha um investimento nesta área e para ela, seria um grande retrocesso econômico e ambiental a falta de investimentos nesta área.

Eleições no estado

Sobre o cenário eleitoral no Mato Grosso, a professora contou que está fazendo muita campanha e sente um clima muito bom no estado com uma perspectiva nacional que tem esperança que o Brasil vai voltar a sorrir de novo com a eleição de Lula presidente.

A Federação Brasil da Esperança no Mato Grosso conta com uma candidata mulher ao governo, Márcia Pinheiro, “comprometida com o povo”, disse a Professora Patrícia.

A candidata a deputada federal pelo PCdoB do Mato Grosso enumerou ainda várias propostas e temas em que defende em sua campanha e numa provável atuação na Câmara dos Deputados. A campanha tem um caderno de propostas que vem debatendo há tempos e políticas públicas em várias áreas, completou.

Confira a íntegra da entrevista:

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