Com ampla mobilização em todo o estado, o PCdoB-MG realizou, no último sábado (6), a etapa estadual da 3ª Conferência do PCdoB sobre a Emancipação das Mulheres. A atividade, realizada por videoconferência e transmitida ao vivo para mais de 20 páginas, contou com a participação de 130 pessoas – 78 mulheres e 52 homens. 

Temas como as trabalhadoras, suas conquistas e direitos dominaram o debate, assim como a importância do feminismo popular para a emancipação das mulheres. A próxima etapa da Conferência, a nacional, ocorrerá entre os dia 19 e 21 de março.

Segundo Júlia Botelho Aguilar, secretária de Mulheres do PCdoB-MG, quase 800 militantes participaram do processo de construção estadual da Conferência, que atingiu 56 cidades mineiras, em mais de 30 reuniões e plenárias. “Em todas elas, fizemos um bom debate”, afirmou Júlia.

Para Wadson Ribeiro, presidente do PCdoB-MG, a Conferência prestou “um bom serviço” ao trazer um tema relevante, que uniu homens e mulheres. “As discussões vieram junto com uma grande resistência ao governo Bolsonaro e ao governo Zema. É um movimento pelo feminismo popular, com recorte de classe e politizado”, pontuou.

Em saudação gravada, Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB, falou sobre a necessidade da Conferência num momento em que o “direito das mulheres é ameaçado por um governo de extrema-direita”. Conforme Luciana, “precisamos desmascarar o que significa o governo Bolsonaro, sua agenda entreguista e ultraliberal, o retrocesso na agenda de costumes e a ameaça à democracia”.

Vanessa Grazziotin, secretária nacional de Mulheres do PCdoB, destacou a importância das “lutas específicas” femininas. “A partir de conquistas como creche, escola, salários iguais, é que vamos trazer a mulher para a luta da emancipação da sociedade”, disse.

A secretária-adjunta de Mulheres do Partido, Márcia Campos, salientou o fato de que 45% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres – e que são elas as mais afetadas pelo desemprego e a doença. Para Márcia, o auxílio emergencial decente e a vacina são pautas prioritárias: “Não se pode colocar o ônus dessa pandemia para cima da trabalhadora e do trabalhador”.

Na opinião de Fábio Tokarski, secretário nacional de Organização do PCdoB, “a pandemia atinge a todos, mas atinge mais as mulheres”. Ele ressaltou que é preciso se indignar com a violência e a desigualdade e lutar contra isso de forma ampla.

O secretário nacional Sindical do PCoB, Nivaldo Santana, frisou a importância da mulher trabalhadora. “Temos que priorizar a pauta da mulher que luta por creche, por salário e trabalho, por escola em período integral, para ter os mesmos direitos dos homens em todas as atividades”, disse. 

A luta pelos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores também foi enfatizada pela presidenta do Sinpro Minas e da CTB Minas, Valéria Morato, que considerou como “desastroso” o projeto político instalado no Brasil. “O partido e o movimento sindical estão na luta diária pela manutenção do emprego e da previdência. A perda de direitos atinge a todos, mas muito mais as mulheres”. 

Cláudia Nogueira, vereadora do PCdoB em Carrancas, fez coro às críticas à conduta do governo, que classificou com desumanas. “Precisamos fazer a luta ideológica, sem esquecermos que nosso maior aliado é o povo”, afirmou.

Presidenta do PCdoB Belo Horizonte, a ex-deputada federal Jô Moraes apontou que a convocação da Conferência representa resistência política: “Reafirmamos nossa opção revolucionária como partido político, na luta pelo socialismo e contra o capitalismo – sistema que impede a emancipação humana e em especial a das mulheres”.

Segundo a presidente da UBM-MG, Bárbara Ravenna, as mulheres já devem se preparar para as eleições 2022: “Temos como objetivo passar as cláusulas de barreira e eleger mais deputados – de preferência, mulheres”. Ravenna participou da Conferência durante ato de protesto contra o governo Bolsonaro e a favor da vacina, em Betim.

Para Késsia Cristina, presidente da UJS Belo Horizonte, o PCdoB tem o perfil de ser um partido de mulheres, que se fortalece com o espaço e os debates construídos com a Conferência: “Historicamente, é o partido que mais leva a sério a participação feminina em seus quadros”.

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