1. Tendo em vista a gravíssima crise econômica que já provocou mais de 14 milhões de desempregados e deixou outros 14 milhões de desalentados que vivem de bicos ou já desistiram de procurar emprego;

Por Lucia Maria Pimentel*

2. Tendo em vista o agravamento da crise sanitária no país provocada pelo total descontrole da pandemia por parte do governo brasileiro que, em lugar de salvar vidas como seria sua obrigação, se diverte com morte, sabota a vacina – única esperança para sairmos dessa crise sanitária que já matou mais de 270 mil brasileiros – é contra o uso de máscaras e as medidas de proteção, estimula a aglomeração de pessoas e condena os governadores e prefeitos que estão lutando para defender a vida das famílias e seus empregos;

3. Tendo em vista que as mulheres, além de ganharem menos, serem as primeiras a perderem o emprego, de trabalharem mais que seus parceiros, são elas que, por seus sentimentos muito voltados para os filhos e a família, manifestam mais indignação e o desejo de agir para garantir a sobrevivência da família e reverter a situação de miséria, fome de falta de escolas e de perspectiva para o futuro dos filhos;

4. Tendo em vista que a pandemia hoje ameaça, inclusive, os avanços e as conquistas civilizatórias alcançadas pelas mulheres brasileiras nos últimos 30 anos;

5. Tendo em vista que a 3ª conferência sobre a emancipação da mulher acontece exatamente no momento mais dramático da vida de nosso povo e que a gravidade da situação exige a unidade das comunistas que atuam nas duas maiores entidades de mulheres, UBM e CMB; com o objetivo premente de organizar uma grande rede de associações, clubes de mães, comitês, e círculos de mulheres em comunidades, bairros e regiões e departamentos femininos em sindicatos e aglutina-las em federações municipais e etc. para desenvolver ações de massa que efetivamente canalize seu descontentamento e sua energia em ações concretas que possam valorizar seu potencial e seu papel na luta;

6. Tendo em vista que a 3ª conferência tem como objetivo mais de fundo, e urgente, dotar as mulheres de instrumentos que lhes permita lutar para enfrentar a grande desgraça que afeta a todas, principalmente as mais pobres que lutam para o sustento de seus filhos;

7. Tendo em vista que já existe um acumulo histórico das revoluções proletárias e um acumulo de ensinamentos teóricos desenvolvidos e deixados pelos grandes líderes comunistas, destaco aqui um dos importantes ensinamentos de Lenin que considero fundamental para nos orientar hoje: “Enquanto as mulheres não forem, não só chamadas a participar diretamente na vida política no seu conjunto, mas também a desempenhar um serviço permanente e geral, não se poderá pensar em socialismo, nem mesmo numa democracia integral e duradoura” Teses de Abril – 1917 – As tarefas do Proletariado […];

8. Tendo em vista que não basta apenas fazer propaganda da Frente Ampla, dizer Fora Bolsonaro ou defender o impeachment em pequenos círculos. Até para derrubar Bolsonaro precisamos da vacina. E não podemos subestimar a ampla campanha contra a vacina baseada em desinformação, mentiras, questionamentos, boatos e exemplos negativos vindos de Bolsonaro, suas milícias e seu gabinete do ódio contra a vacina, o uso da máscara e o distanciamento social para preservar vidas. Este é o projeto do governo que, queiramos ou não, influencia toda a população brasileira;

9. Tendo em vista que, reiteradamente, em todas as reuniões partidárias, baseando-se inclusive nos últimos dados eleitorais, toda a militância vem levantando a necessidade do partido retomar o trabalho de massa; que a influência politica do partido na massa se dá através das entidades verdadeiramente de massa; e que as entidades femininas têm um grande potencial de luta, de conscientização e de radicalização; e que é, principalmente, através das entidades femininas, que as mulheres poderão superar suas dificuldades e assumir seu protagonismo na luta do conjunto dos trabalhadores e onde poderão formar novas lideranças para participar da política e se filiarem;

10. E, finalmente, tendo em vista que precisamos construir uma grande unidade cívica em defesa da vida, que no Congresso Nacional está sendo travada a luta pelo auxílio emergencial e pela proteção do emprego; e que as comunistas precisam urgentemente unir suas forças numa só organização de mulheres nacional, estadual e municipal para desenvolver um trabalho de mobilização, aglutinação e conscientização das mulheres e organizar suas lideranças em associações e todo tipo de entidades femininas: em comunidades, vilas, bairros e criar federações que aglutinem essas entidades femininas nos munícios, nas regiões e nos estados e fortalecer o trabalho dos departamentos femininos dos sindicatos.

Propomos:

1. A imediata convocação de um congresso nacional de unificação das duas entidades femininas onde nosso partido tem influência para que, sem mais delongas ou pretextos – estes acabam servindo unicamente para preservar um lugar de fala –, para desenvolver uma ação concreta junto às mulheres visando esclarecer a população sobre a importância da vacina e os cuidados indispensáveis para bloquear a circulação do vírus através de uma ação concreta em torno de uma ampla campanha unificada de prevenção e vacinação.

2. Buscar imediatamente uma parceria com governadores, prefeitos e entidades empresariais para, não só confeccionar uma cartilha que esclareça sobre a importância da vacinação e dos cuidados necessários, mas formar monitoras que em cada região. Que elas possam aglutinar outras lideranças femininas em torno de si para distribuir a cartilha e esclarecer ao conjunto da população que hoje tem dúvidas e muitos questionamentos provocados pela avalanche de mentiras e boatos contra a vacina, e pelas atitudes equivocadas promovidas diariamente pelas autoridades, no sentido de estimular a contaminação e a morte, particularmente da população mais pobre.

*Maria Pimentel (Lucia Maria Pimentel) é membro do CC do PCdoB e da Comissão Sindical Nacional do PCdoB. Secretaria de Relações Internacionais da CGTB.

(BL)

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