A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), em entrevista nesta quarta-feira (12), destacou a primeira vez que as eleições ocorreram com a possibilidade de Federação Partidária. Segundo ela, a ideia de diminuir o número de partidos políticos no Brasil “nunca é relacionada ao desfile livre dos pensamentos, das opiniões, dos programas partidários”.

Na entrevista, a parlamentar que recebeu 124.358 votos e foi eleita para o seu sexto mandato na Câmara dos Deputados, ressaltou que o seu partido é o mais antigo em atividade do país, centenário e “que tem sua digital impressa nas mais importantes lutas do nosso povo”. Para ela, a federação foi importante estratégia para revigorar o PCdoB e dar essa sobrevida à legenda contra a cláusula de barreira”.

Sobre o cenário eleitoral, a deputada considerou o ambiente “muito difícil” e “com dificuldades notórias, pois o Brasil foi dividido com a presença explícita da extrema direita”.

Ela destacou ainda que “nós estamos num momento de um governo exatamente conservador na configuração facial dos costumes e muito, muito ultraliberal na economia. Nosso povo volta a condições precárias de vida”.

Alice Portugal comentou a enorme rejeição que Bolsonaro tem segundo as pesquisas eleitorais. “Temos que mostrar porque a rejeição existe porque a vida do povo piorou, o salário piorou. E, nós saímos na frente no primeiro turno”, disse.

De acordo com a parlamentar, além de vencer as eleições, é necessário cuidar das pautas populares e democráticas no Congresso Nacional. “Nós precisamos vencer as eleições com essa frente ampla, Lula/Alckmin e vários apoios e demais partidos e que demais partidos venham para depois temos que ser polo de atração para que o Lula governe”, complementando que nestas eleições o Congresso Nacional transformou em “um mosaico conservador que pode levar o Brasil a enormes atrasos”.

Eleita pelo Diap, pela 13ª vez, uma das 100 parlamentares mais influentes do Congresso, a deputada, que é profissional de saúde, farmacêutica e bioquímica, coautora da lei que derrubou com o rol taxativo da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e autora do Projeto de Lei (PL) dos farmacêuticos e integrou o Grupo de Trabalho (GT) que discutiu o PL sobre o piso salarial dos profissionais da enfermagem comentou como foi a tramitação e a necessidade destes importantes projetos para a área da saúde.

A deputada que foi presidenta da Comissão de Cultura da Câmara por duas vezes, uma das autoras da Lei Aldir Blanc 2, também comentou na entrevista sobre o desmonte da Cultura, da memória e da história brasileira e da Educação no país, praticado pelo governo Bolsonaro. E a necessidade de o futuro governo recriar os ministérios da Cultura e do Esporte.

Alice analisou ainda sobre o segundo turno na Bahia.  O candidato da Federação Brasil da Esperança, Jerônimo Rodrigues, do PT, ultrapassou o candidato ACM Neto no primeiro turno. A deputada comentou também sobre a visita de Lula que realizou um grandioso ato de campanha nesta quarta-feira em Salvador.

A deputada mandou uma mensagem para a militância dizendo que é preciso atrair o maior número de pessoas para a votação no dia 30 e não as rejeitar. “É preciso olhar nos olhos do povo e perguntar: “Sua vida melhorou?”. “Qual a sua perspectiva efetiva de melhoria de vida com Bolsonaro?”, questiona.

Confira a entrevista:

Por Eliz Brandão

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